O sacerdócio

Karol Wojtyla

A partir de 1942, sentindo a vocação para o sacerdócio, começou a estudar no seminário clandestino na cidade de Cracóvia, dirigido pelo arcebispo Adam Stefan Sapieha. Após a II Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, novamente aberto, e na faculdade de teologia da universidade Jagellonica. Foi ordenado sacerdote em 1 de novembro de 1946, pelo arcebispo Sapieha, no Dia de Todos os Santos. No dia seguinte, o padre Wojtyła celebrou sua primeira missa, na Catedral de Wawel. Ele então foi estudar Teologia em Roma, na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, onde ele conseguiu a sua licenciatura e, posteriormente, o seu primeiro doutorado em Teologia, com a tese “A Doutrina da Fé segundo São João da Cruz”.

Em seguida foi enviado a Roma, onde se tornou Doutor em teologia em 1948. Voltou a Cracóvia sendo vigário em diversas paróquias e, em 1953, passou a lecionar Teologia Moral e também Ética Social, ambos na faculdade de Teologia de Lublin.

Retornou para a Polônia no verão de 1948 com sua primeira tarefa pastoral na vila de Niegowić, a 24 km de Cracóvia. Chegou à vila na época da colheita e a sua primeira ação foi se ajoelhar e beijar o chão. Este gesto, que ele adaptou do santo francês Jean Marie Baptiste Vianney. tornar-se-ia sua “marca registrada” durante o seu papado.

Em março de 1949, Karol foi transferido para a paróquia de São Floriano, em Cracóvia. Ele lecionou Ética na Universidade Jaguelônica e, posteriormente, Universidade Católica de Lublin (hoje rebatizada em sua homenagem). Enquanto lecionava, juntou um grupo de aproximadamente 20 jovens à sua volta que passaram a se chamar de Rodzinka, a “pequena família”. Eles se encontravam para rezar, para discutir filosofia e para ajudar os cegos e os doentes. O grupo eventualmente cresceria até ter aproximadamente 200 pessoas e suas atividades se expandiram para incluir viagens anuais para esquiar e para andar de caiaque.

Em 1954 Karol Wojtyła obteve o seu segundo doutorado, em Filosofia, com uma tese avaliando a viabilidade de uma ética católica baseada no sistema ético do fenomenologista Max Scheler. Porém, a intervenção das autoridades comunistas impediu que ele recebesse o grau até 1957.

Durante este período, Wojtyła escreveu uma série de artigos no jornal católico de Cracóvia, Tygodnik Powszechny (“Semanal Universal”), que tratava com os assuntos importantes na época para a Igreja. Ele se focou em criar uma obra literária original durante os primeiros doze anos do sacerdócio. A guerra, a vida sob o comunismo e suas responsabilidades pastorais foram inspiração para as suas peças e sua poesia. Karol publicou trabalhos se utilizando de dois pseudônimos – Andrzej Jawień e Stanisław Andrzej Gruda – para distinguir sua literatura de suas obras religiosas (que eram publicadas sob seu nome) e também para que elas fossem consideradas por seus próprios méritos.

Em 4 de julho de 1958 foi nomeado bispo titular de Olmie, também, auxiliar de Cracóvia. Assim, recebeu a consagração episcopal no dia 28 de setembro de 1958.

Em 1960, Karol publicou o influente livro teológico “Amor e Responsabilidade, uma defesa dos ensinamentos tradicionais da Igreja sobre o casamento a partir de um ponto de vista filosófico novo”. E no dia 13 de janeiro de 1964 foi nomeado arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI, que posteriormente o fez Cardeal, em 26 de junho de 1967.

O Cardeal Wojtyla participou ativamente do Concílio Vaticano II, que aconteceu nos anos 1962-1965. Ele teve importante atuação no desenvolvimento de um dos principais documentos do Concílio chamado Constituição GaudiumetSpes. Além disso, ele tomou parte em cinco Sínodos Episcopais antes de ser Papa.

 

Papa João Paulo I recebendo cumprimento do Cardeal Karol Wojtyla
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